quarta-feira, 16 de maio de 2012

Marina

Marina era pequena e delicada. Dava a impressão de que iriam nascer asas em suas costas a qualquer momento e ela sairia voando como uma fada. Seu cabelo era comprido e castanho claro. Seus olhos eram  quase amarelos e sua pele era branco marfim.
Desde pequena era alegre e animada, sempre cercada de gente.
Ela e Davi eram amigos desde sempre. Suas mães foram colegas de sala, depois amigas e sócias no negócio de roupas. Assim como Davi, Marina era filha única, então acabou 'adotando' ele como seu irmão. Às vezes era muito difícil estar sozinha então, era muito comum ela passar as tardes na casa de Davi ou fazendo festas do pijama improvisadas com suas amigas em seu quarto.


Davi

Ele não era muito alto e nem era tão bonito assim. Pelo menos ele não achava. Só tinha vinte anos mas trabalhava meio período em uma empresa de telemarketing e consertava computadores em casa no seu tempo de folga.
Tinha um cabelo meio rebelde, meio loiro, meio castanho, meio vermelho. Seus olhos eram de um verde claro desbotado e sua barba estava sempre por fazer. Era magro, mas não muito. As coxinhas do bar faziam ele ter sempre um pouquinho de barriga a mais. A única coisa que o salvava de engordar era o futebol das quintas a noite com os amigos da antiga escola.
Davi poderia ser um cara estranho, mas a verdade era que fazia bastante sucesso com as mulheres. Por algum motivo que ele não entendia, sempre atraía olhares quando chegava em algum lugar. Talvez porque ele tinha um jeito descontraído com seus allstar e sua camisa xadrez, ou por causa do seu sorriso de garoto com covinhas em ambos lados, ou ainda por causa do seu jeito tímido e atrapalhado. Não se sabe. O fato é que, Davi era um cara muito legal.
Ele morava com a mãe num sobrado próximo ao centro de uma pequena cidade próxima a São Paulo. Era de uma família rica, mas sua mãe havia se revoltado antes dele nascer e resolveu fazer seu próprio dinheiro. Montou uma loja de roupas e se virou sozinha desde então. Davi não conhecia seu pai. Certa vez, sua mãe foi fazer um intercambio nos Estados Unidos e voltou para o Brasil com ele nos braços um ano depois. A identidade do seu pai era um segredo que ele nunca conseguiu tirar da mãe, mesmo depois de ter ameaçado fugir de casa, coisa que ele poderia ter feito mesmo, mas no fim, preferiu ficar com a mãe. Não que ela precisasse de cuidados, aliás, ela detestava que tentassem cuidar dela, mas ele se sentia melhor assim.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Escritório, papéis e um chefe que é um saco!

- Está aqui, este é o original. Tenho trabalhado nele todas as noites e em meus dias de folga. Espero que esteja bom... Bem, se houver algo de errado, me chame por favor.
- Pode ter certeza que irei Fernanda.
 Quando eu ouvi esta frase, eu sabia que o dia seria longo. O Will era um rapaz alto e bem bonito, poucos anos mais velho do que eu, mas era um sujeito detestável e implacável com os funcionários, o que tornava imediatamente feio.
 A cada página que ele lia do meu relatório, ele ligava na minha mesa para dar, segundo ele, uma crítica positiva, mas na minha opinião ele apenas dizia que eu era completamente burra e incapaz, mas de uma forma educada.
 "Tem que prestar atenção na gramática", "Isto não está adequado ao nosso setor", "Você percebeu que não está de acordo com as normas da ABNT?", "Tem certeza que você quer ser secretária? Talvez você devesse procurar algo que não fosse preciso queimar tantos neurônios" e assim vai. Cada vez que o meu ramal tocava, um tremor percorria meu corpo.
- Eu acho que ele me odeia Má!
- Relaxa amiga, ele é assim com todo mundo!
- Mas Má, comigo é demais! Ele reclama de tudo o que eu faço! Até do café que eu busco pra ele na lanchonete do seu Luiz! E olha que nem sou eu quem faz aquele café!
- Ai Sarah, chega de drama! Deixa ele pra lá! A verdade é que ele nem é tão ruim assim... só é um pouco triste. Você sabia que ele era casado?
- Ah, mentira! Quem ia querer alguma coisa com um cara desses? Ele é insuportável! Não me admira que ele esteja sozinho!
- Não seja malvada, Sarah. Fiquei sabendo que ele costumava ser um cara muito legal e, pelo que parece, ele tinha uma esposa dessas lindíssimas sabe?
- E o que aconteceu? Ela cansou dele ser um idiota e arrumou um cara mais rico que ele e legal e se mudou para as Bahamas?
- Claro que não - disse a Marina me fuzilando com os olhos - Ela engravidou, teve uma gestação de risco e faleceu no parto. Pronto.
- Caramba! Nossa, eu nunca iria imaginar... fiquei até com peso na consciência agora, credo.
- Pois é. Agora vê se tenha mais paciência com o coitado. E termina de arrumar logo essas coisas aí e vamos embora.
- Hummm tá com pressa é? O que foi, vai se encontrar com alguém?
- Vou sim, com o Davi
- Aquele gatinho que vc me mostrou a foto outro dia? Ai, arrasou! Passa um perfuminho amiga! Quer minha necessérie de make emprestada?
- Pra quê tudo isso mulher? Ele é só meu amigo, para de idéias! E vamos logo que eu combinei de me encontrar com ele às 15hs.
- Ai credo, eu só tava falando... e outra, se vc não o quer, apresenta pra mim! Eu quero! Hahaha
- Sua boba!
 Saímos de lá 5 minutos depois. Estava super calor e eu não tinha a mínima vontade de ir para casa. Não iria atrapalhar o encontro da minha amiga (que por mais que ela dissesse que eles eram só amigos, eu não acreditava), então resolvi dar uma volta pela cidade e tomar um sorvete, ou sei lá.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

No Parque

Quando o telefone tocou exatamente às 10hs, ele respirou fundo e atendeu o telefone se esforçando para parecer despreocupado
- E ai garotão - ela disse.
- Hum... oi. Tudo bem?
- Por aqui tudo certo! E então, tudo certo para hoje?
- Está sim. No mesmo lugar de sempre?
- Claro! Te vejo lá às 15hs! Ai meu Deus, to atrasada! Beijo!
- Tá bom, outro... tchau.

Naquele dia ele passou mais tempo do que de costume em frente ao espelho. Tudo deveria estar perfeito. Sua roupa, tênis, tudo.
O almoço foi feito com muito cuidado (ainda que fossem apenas sanduíches). Davi passou no mercado de manhã e escolheu as melhores folhas de alface, queijo, pão, tomates, frutas. Ficou em dúvida se levava garrafas de água com gás, sem gás, suco ou refrigerante e, no fim, acabou se irritando e levando um de cada.

Não era por que havia um ano que ele não a via, nem por que foram amigos desde sempre, nem por que era seu aniversário, muito menos por que seria ele que levaria o almoço. Era por ela. Marina. Ele a amava.

http://www.flickr.com/photos/26907150@N08/6271930490/in/photostream/

Don't You Remember

Don't You Remember
(Adele)


When will I see you again?
Quando eu irei te ver novamente?

You left with no goodbye, not a single word was said,
Você foi embora sem dizer adeus, não foi dita uma palavra sequer,

No final kiss to seal anything,
Nem um beijo final para selar alguma coisa.

I had no idea of the state we were in,
Eu não tinha idéia do estado em que estávamos.


I know I have a fickle heart and bitterness,
Eu sei que eu tenho um coração inconstante e uma amargura,

And a wandering eye, and a heaviness in my head,
E um olho errante e um peso em minha cabeça.


But don't you remember?
Mas você não se lembra?

Don't you remember?
Você não se lembra?

The reason you loved me before,
A razão pela qual me amou antes?

Baby, please remember me once more,
Baby, por favor lembre-se de mim mais uma vez


When was the last time you thought of me?
Quando foi a última vez que você pensou em mim?

Or have you completely erased me from your memory?
Ou você me apagou completamente da sua memória?

I often think about where I went wrong,
Eu frequentemente penso sobre onde eu errei,

The more I do, the less I know,
E quanto mais o faço, menos sei.


But I know I have a fickle heart and bitterness,
Eu sei que eu tenho um coração inconstante e uma amargura,

And a wandering eye, and a heaviness in my head,
E um olho errante e um peso em minha cabeça.

But don't you remember?
Mas você não se lembra?

Don't you remember?
Você não se lembra?

The reason you loved me before,
A razão pela qual me amou antes?

Baby, please remember me once more,
Baby, por favor lembre-se de mim mais uma vez.

Gave you the space so you could breathe,
Eu te dei o espaço para que você pudesse respirar,

I kept my distance so you would be free,
Eu mantive minha distância para que você pudesse ser livre,

And hope that you find the missing piece,
E torci para que você encontrasse a peça que faltava

To bring you back to me,
Para trazer você de volta para mim.


Why don't you remember?
Mas você não se lembra?

Don't you remember?
Você não se lembra?

The reason you loved me before,
A razão pela qual me amou antes?

Baby, please remember me once more,
Baby, por favor lembre-se de mim mais uma vez.

When will I see you again?
Quando eu irei te ver novamente?







domingo, 13 de maio de 2012

Review: Ondine

Boa noite!


Faz tempo que eu não apareço né?


Bom, esses dias eu assisti (novamente) um filme incrível e eu resolvi compartilhar com vocês. É, sem sombra de dúvidas, um dos filmes que eu mais gosto!



Informações técnicas:

Título original: Ondine
Duração: 111 minutos (1 hora e 51 minutos)
Gênero: Drama
Direção: Neil Jordan
Ano: 2009
País de origem:IRELANDA / EUA

Elenco:

Colin Farrell (Syracuse)
Alicja Bachleda (Ondine)
Stephen Rea (Padre)
Tony Curran (Alex)
Tom Archdeacon
Dervla Kirwan (Maura)
Alison Barry (Annie)
Emil Hostina (Vladic)
Don Wycherley (Kettle - Vladic\'s Henchman)
Norma Sheahan (Librarian)






Sinopse:

Syracuse (Colin Farrell) é um pescador que tem sua vida transformada após encontrar Ondine (Alicja Bachleda), uma bela e misteriosa mulher, em sua rede de pesca. Logo ela cai nas graças de Annie (Alison Berry), filha de Syracuse, que acredita que Ondine seja um ser folclórico que consegue viver no mar através de sua pele de foca.




Por que eu gosto de Ondine:



  1. Colin Farrel. Ele é um ator incrível. É claro que eu gosto dele né, então já tenho a tendência de achar que tudo o que ele faz é incrível, mas ele consegue passar "emoção" sabe?
  2. O 'desfecho' da história pode não agradar todo mundo, mas é um filme que retrata até onde pode ir a nossa fé, ou até que ponto aquilo que você acredita pode mudar (ou não) a sua vida;
  3. A locação do filme é muito bonita. Se passa na Irlanda e mesmo com aquele ar meio cinzento, a paisagem é realmente muito interessante;
  4. A filha do Circus é uma gracinha! É uma garota inteligente, mas ainda sim criança e muito imaginativa.


Ondine é um filme que a gente suspira, se apaixona, torce pra que dê tudo certo, dá risada, fica apreensiva... e tem um final que a gente não espera! Quem me conhece, sabe que eu tenho um carinho especial pela Irlanda, e eu posso dizer que esse filme não deixou nada a desejar.


O Syracuse (Farrel) é um cara simples, pescador, que tá tentando se erguer e sair da escuridão que ele vivia. Ele era bêbado e resolver "tomar jeito" depois que descobriu que sua filha estava doente.
De repente, num dia qualquer, ele literalmente pesca uma mulher com a sua rede e vê sua vida dando uma virada total.
O ponto alto da história é justamente essa dúvida que fica de quem realmente é a Ondine. Será que ela é de fato uma Selke (veja aqui o que é uma Selke, em inglês) como sua filha afirma? Ou será que ela é só uma mulher? Quem ou o quê ela é? Nessa, eles se apaixonam e... enfim, acontece um monte de coisas. Não vou contar pq senão perde a graça! hahaha





Trailer oficial:






Links Externos:


Site oficial: http://www.ondinefilm.com/
Ondine no Movie Database: http://www.imdb.com/title/tt1235796/










Assistam! Vale a pena!


Um beijo!


Nat